Texto 6: Experiência de Deus - Oração e intimidade
Neste sexto texto tentaremos percorrer um caminho que te
inspire a estreitar seus laços de intimidade com Deus. Cuidando do
relacionamento pessoal com Ele, dedicando tempos para Oração e cultivo da vida
na comunidade eclesial podem ajudar enormemente neste processo.
Vejamos
algumas pistas para este caminho:
1. Venha comigo! “Ele, porém, retirava-se para o deserto e ali orava”
(Lc 5,16).
Convido você a vir comigo ao encontro.
Não precisa sair de onde você está. Basta aceitar o convite e deixar ser
conduzido/a a uma experiência gostosa que precisamos fazer. Venha! Sinta-se à vontade, confortável, se entregue. Use
sua imaginação, pense que encontro é esse, diga estou pronto/a.
Mesmo que você
não esteja entendendo direito, esse primeiro passo é indispensável para o nosso
encontro. Fique tranquilo e tranquila! Este é um mistério possível. Este
encontro vai acontecer dentro de você por que é em você que se encontra o
Criador.
Coloque-se na presença do Pai, em
nome de Jesus, e que ele envie o seu Espírito Santo para que essa experiência
seja única.
Agora que você
escolheu este caminho, sinto-me felicíssimo por você se sentir chamado/a, motivado/a,
seduzido/a e preparado/a pelo Senhor para executar tão doce tarefa: de
descobrir o sabor gostoso da intimidade com Deus. Por isso é importante saber o
que é realmente Oração.
De onde falamos nós, ao rezar? Das
alturas de nosso orgulho e vontade própria, ou das “profundezas” (SL130,1) de
um coração humilde e contrito? Quem se humilha será exaltado. A humildade é o
fundamento da oração. A humildade é a disposição para receber gratuitamente o
dom da oração.
“Se conhecesses o dom de Deus!” (Jo
4,10). A maravilha da oração se revela justamente aí, à beira dos poços aonde
vamos procurar nossa água. É aí que Cristo vem ao encontro de todo ser humano.
Ele é o primeiro a nos procurar e é Ele que pede de beber. Jesus tem sede. Seu
pedido vem das profundezas do Deus que nos deseja. A oração - quer saibamos ou
não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós
tenhamos sede dele (CIC 657).
É o coração que reza. Se o coração
está longe de Deus, a expressão da oração é vã. A oração cristã é uma relação
de Aliança entre Deus e a pessoa humana em Cristo. Oração é a
ação de Deus e do homem. Brota do Espírito Santo e de nós, totalmente dirigida
para o Pai, na união com a vontade humana do Filho de Deus feito homem. Na Nova
Aliança, a oração é a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente
bom, com seu Filho, Jesus Cristo e com o Espírito Santo. A graça do Reino é a
“união de toda a Santíssima Trindade com o espírito pleno”. A vida de oração
desta forma consiste em estar habitualmente na presença do Deus, três vezes
Santo, e em comunhão com ele.
4. Vocação Universal à Oração.
Deus é o primeiro a chamar a pessoa
humana. Ainda que o homem esqueça seu Criador ou se esconda longe de sua face,
ainda que corra atrás de seus ídolos ou acuse a divindade de tê-lo abandonado,
o Deus vivo e verdadeiro chama incessantemente cada pessoa ao encontro
misterioso da oração. Essa atitude de amor fiel vem sempre como resposta a esse
amor fiel. À medida que Deus se revela e revela o homem a si mesmo, a oração
aparece como um recíproco apelo, um drama de Aliança. Por meio das palavras e
dos atos, esse drama envolve o coração e se revela através de toda a história
da salvação.
A revelação da oração no Antigo
Testamento se insere entre a queda e a elevação do homem. Entre o chamado
doloroso de Deus a seus primeiros filhos: “Onde estás?...Que fizeste?” (Gn
3,9-13), e a resposta do filho único ao entrar no mundo: “Eis-me aqui, eu vim,
ó Deus, para fazer a tua vontade”. A oração, dessa forma, está ligada à história
dos homens, é a relação com Deus nos acontecimentos da história. É, sobretudo,
a partir das realidades da criação que se vive a oração.
5. Na Plenitude do Tempo.
O evento da oração nos é plenamente
revelado no Verbo que se faz carne e habita entre nós. Procurar compreender sua
oração, por meio daquilo que suas testemunhas nos anunciam dele no Evangelho, é
aproximar-nos do Santo Jesus como da sarça ardente. Contemplar o Verbo
Encarnado na oração, depois ouvir como Ele nos ensina a orar, para conhecer,
enfim, como Ele nos conduz.
O Filho de Deus, que se tornou Filho
da Virgem, aprendeu também a rezar segundo seu coração de homem. Aprendeu as fórmulas
de oração com sua mãe, que conservava e meditava em seu coração todas as
“grandes coisas” feitas pelo todo-poderoso. Jesus ora antes dos momentos
decisivos de sua missão: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasião do
Batismo e da transfiguração e antes de realizar, por sua Paixão, o plano de
amor do Pai. Jesus ora antes da missão dos Apóstolos: antes de escolher e
chamar os Doze, antes que Pedro o confesse como “Cristo de Deus”. Antes das
ações salvíficas que realiza a pedido do Pai. Jesus muitas vezes se retira, na
solidão, na montanha, de preferência à noite, para orar. Ao orar Jesus nos
ensina que o caminho nos leva ao Pai. Várias formas de rezar nos deixam mais
próximos de Deus.
6. Na intimidade com Deus
No desenvolvimento espiritual, um
grupo de oração é importante por vários motivos. Um dos inúmeros motivos é o
poder da oração em grupo, outro é o apoio que recebem os iniciantes e a
fortaleza na fé que vão adquirindo os veteranos. Além do mais, a simples troca
de experiências e o compartilhar as dificuldades, no plano da espiritualidade,
fazem com que seus membros sintam que não estão sozinhos. Entretanto, mesmo
orando em grupo, precisamos viver um momento de individualidade, apenas com
Deus, um momento pessoal e interior.
Prepare-se “Hoje, se ouvires a sua
voz, não endureçais o coração”. (SL 95)
A arte de orar desafia os limites
da mente, do corpo, do tempo, do espaço e até de vida carnal. Viver a
espiritualidade em sua plenitude é dom, mistério, graça e beleza. Quando
vivenciamos o desabrochar de nossa intimidade com Deus em nossa vida, quando
buscamos encontrar a Deus com sinceridade e obstinação, automaticamente vamos
aprendendo a subir montanhas.
“Perseverai na oração, vigiando
com ações de graças” ( Cl 4,2).
7. Estou feliz. “Feliz aquele que
transfere o que sabe e aprende o que ensina”
(Cora
Carolina).
Esta é a etapa final deste texto. Sinto
a brisa leve e doce da felicidade irradiando seu coração de uma forma toda
especial. Venha Comigo! “Ele, porem, retirava-se para o deserto e ali orava”
(Lc 5,16)
Questões
1)
Sobre a
intimidade na oração, reflita:
A - A oração
consiste em fazer pedidos.
B - A oração é
a relação viva dos filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com seu Filho
Jesus Cristo e com o Espírito Santo.
C - Oração é
ficar só com Deus.
2) Como devemos ir ao encontro de Deus?
A - Com uma
multidão de pessoas e muita agitação.
B - Ir em
grupos ou mesmo só, em um lugar afastado, em uma montanha.
C - A oração é
um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de
reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria.
3) Sobre a pessoa de Jesus, como ele orava?
A - Jesus orava
somente no meio da multidão.
B - Jesus orava
somente no templo.
C - Jesus se
retirava, na solidão, na montanha a noite para orar.
Referências
Aurélio,
Dicionário da Língua Portuguesa.
Catecismo da
Igreja Católica, Edição Típica Vaticana, Edição Loyola.
Simone
Pereira, Descobrindo o caminho da espiritualidade, Edição Paulus.
Bíblia
Sagrada, Edição Pastoral (Paulus).
Frei Rubens Nunes da Mota, OFMCap.
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